07-09 21:59Views 4308
O Corinthians discutiu internamente a possibilidade de transformar-se em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) nas últimas semanas. Contudo, a ideia foi rejeitada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior.
Apesar da oposição de Tuma Júnior, outros membros da diretoria do clube debateram o assunto e mostraram-se abertos a conversas mais aprofundadas sobre a adoção do modelo SAF. A principal inspiração para essa possível mudança seria o modelo do Green Bay Packers, time de futebol americano dos Estados Unidos.
O Green Bay Packers opera como uma organização sem fins lucrativos e de propriedade coletiva, sendo a única franquia da NFL nesse formato. Fundado em 1919, o clube possui mais de 530 mil acionistas distribuídos pelos EUA. As ações não pagam dividendos e não podem ser divididas por lucro, mas garantem aos acionistas o direito de voto em decisões importantes, como as eleições do Conselho Administrativo. O poder nunca está concentrado em uma única pessoa.
O Conselho Administrativo debate a supervisão geral, enquanto o CEO é responsável pelas principais decisões operacionais do dia a dia. A transparência é um princípio fundamental do modelo, exigindo a publicação regular de balancetes financeiros ao longo da temporada.
Especialistas, como o advogado e conselheiro de administração José Luis Camargo, sugerem que clubes associativos brasileiros de massa poderiam seguir o exemplo do Green Bay ao criarem uma SAF. Nesse modelo, os clubes captariam recursos dos torcedores (que teriam participação minoritária na SAF, sem direito a dividendos e com restrição de venda das ações) e manteriam o controle da SAF. Isso permitiria uma governança mais profissional do que no clube associativo e geraria novos recursos para investimentos.
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