A temporada de Caitlin Clark acabou, mas a raiva da multidão não é sobre sua saúde

A atleta Caitlin Clark, eleita novata do ano de 2024, não retornará para o restante da temporada devido a uma lesão na virilha que a limitou a 13 jogos. A Fever de Indiana confirmou a informação após a jogadora anunciar a decisão nas redes sociais na noite de quinta-feira.

Em sua declaração, Clark expressou frustração, mas também gratidão pelo apoio dos fãs, destacando que mesmo nas adversidades encontrou aspectos positivos. A mensagem foi marcada por graça, perspectiva e foco no coletivo.

Parte dos fãs reagiu com indignação, não pela ausência de Clark em quadra, mas por perderem a oportunidade de usá-la como argumento em guerras culturais. Alguns chegaram a prever o declínio da WNBA sem ela ou acusaram outras jogadoras de desejar prejudicá-la, ignorando que a liga mantém audiência sólida e sempre teve um estilo físico intenso.

A decisão de não voltar foi considerada sensata do ponto de vista médico. Atletas muitas vezes querem jogar mesmo com dor, mas profissionais de saúde devem impedi-los para evitar agravamentos. Exemplos recentes, como Tyrese Haliburton, que piorou uma lesão ao retornar rápido demais, ilustram os riscos. A tentativa de Clark de voltar em julho, pressionada por jogos de destaque e transmissões nacionais, já mostrava sinais de problema antes da recaída.

Para a Fever, a prioridade é proteger o futuro da franquia, mesmo com a reduzida chance de sucesso nos playoffs. Para apoiadores genuínos, a decisão traz alívio, pois evita riscos à carreira de longo prazo da atleta.

Entretanto, grupos que instrumentalizam Clark como símbolo político—ignorando seus pedidos para não ser associada a narrativas de racismo ou supremacia branca—veem sua ausência como perda de combustível para suas causas. Para eles, ela não é uma atleta, mas uma "grande esperança branca" atacada por supostos adversários negros invejosos.

No geral, o fim precoce da temporada de Clark é uma perda para a WNBA, mas a proteção de sua saúde e o distanciamento de debates tóxicos têm valor maior que uma campanha incerta nos playoffs.